sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Vi e li a criação de Alvarez Marcelina e, confesso: não lembro onde a li! Então resolvi ratificar o que é dito e pus-me ao seu lado com a composição brotada do coração e agora, apresento-as com satisfação:

DESABAFO DE UMA PARAENSE
por Alvarez Marcelina

Minha terra tem mangueiras,
Onde a sombra vou buscar;
os frutos que delas brotam,
São mais doces que os de cá.
Minha terra tem um povo,
alegre , puro e hospitaleiro,
que emprega o português correto
Em seu falar mais corriqueiro.

Tu vistes, tu fostes, tu queres,
Não é difícil pra nós;
Difícil é falar para aqueles ,
que não ouvem nossa voz.
Minha terra tem primores,
Tem belezas sem igual,
o que mais posso dizer da
minha bela Belém capital.

Falar o Égua como espanto,
ou como forma de encanto;
Torna-se algo grosseiro
Nas bocas dos forasteiros.

Como ousam pronunciar assim,
minha marca de nascença,
Sem o menor cuidado tomar,
achando que isso lhes dará audiência.

Então agora peço licença,
Para um conselho lhes dar
Pois que empreguem os verbos certos
Em suas conversas de boteco
E depois venham pra cá,

Minha cidade é no norte,
meu sotaque não é forte,
minha praia é de rio
Tô meio longe do mar,
Me refresco é na chuva, depois do tacacá.

Vocês não podem imaginar
Nem a GLOBO contará,
Isso tudo só verá
quem um dia for ao Pará,

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que encontre as raízes
Que deixei ao vir pra cá.

Rede Globo,
se quer fazer, que faça direito.
Que isto lhe sirva de lembrete:
"Amor Eterno Amor" é o cacete.

PARAENSE DE CORAÇÃO
Por Lúcio Reis

Quero aqui ratificar com a razão
O que diz Alvarez Marcelina com emoção
Numa sincera contestação
Com todo sentimento de seu coração
Pois meu querer e meu gostar
Por esta Terra abençoada
Mistura tudo em real sensação
Que passa pela língua e pela visão
No falar e no degustar
Do verbo a conjugação
No sotaque francês de Muaná e até de Gurupá
Nos torna especial já há muitas gerações
A grande questão é visível
E que de outra maneira é apenas risível
Chamam-na de preconceito
Que sem dúvida é grave defeito
De personalidade frágil e torta
Quem não sabe ser e nem como se comporta
Há discriminação por ignorância
Que nem sabe da geografia explicar
Que o Brasil se divide em regiões
E que uma é a norte e que nada tem a ver com a nordeste
E nem tampouco com a sudeste
Assim como muitos nem sabem que região norte e Amazônia
É mesma situação
E então misturam o Estado do Pará
Terra do gostoso açaí
Com o Amazonas onde se traça o delicioso tambaqui
Égua é bottom desta gente
Para tratamento natural
Alegre e hospitaleira
E que tem na chuva sua banheira
Com priprioca e patichulli
O fruto lhe cai na cabeça
De cada frondosa mangueira
Que nos dá sombra de manhã, tarde e em cada estação inteira
Cupuaçu, taperebá e ingá
Uxi, bacuri, mari e açaí
Não lhe parece delicioso ritmo
Pois é, só por aqui é que há
E o sabor mesmo que queríamos lhe contar
Sua língua não vai salivar
Tem que vir aqui para provar
E jamais esquecer e vai querer voltar
À mesa a maniçoba e o tucupi
Suas papilas vão se extasiar
Em seu cérebro será marcado
A Estrela do Estado do Pará
Sua Capital Belém e morena altaneira
E em sua mente a firme vontade de voltar
Não adianta o poder da mídia pretender mudar
Está Terra é abençoada e tem cativo lugar
No Colo da Virgem de Nazaré
Nossa Padroeira para celebrar, cantar e amar.
Belém do Pará
28/05/12



                                

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