DESABAFO
DE UMA PARAENSE
por Alvarez Marcelina
Minha terra tem mangueiras, Onde a sombra vou buscar; os frutos que delas brotam, São mais doces que os de cá. Minha terra tem um povo, alegre , puro e hospitaleiro, que emprega o português correto Em seu falar mais corriqueiro. Tu vistes, tu fostes, tu queres, Não é difícil pra nós; Difícil é falar para aqueles , que não ouvem nossa voz. Minha terra tem primores, Tem belezas sem igual, o que mais posso dizer da minha bela Belém capital. Falar o Égua como espanto, ou como forma de encanto; Torna-se algo grosseiro Nas bocas dos forasteiros. Como ousam pronunciar assim, minha marca de nascença, Sem o menor cuidado tomar, achando que isso lhes dará audiência. Então agora peço licença, Para um conselho lhes dar Pois que empreguem os verbos certos Em suas conversas de boteco E depois venham pra cá, Minha cidade é no norte, meu sotaque não é forte, minha praia é de rio Tô meio longe do mar, Me refresco é na chuva, depois do tacacá. Vocês não podem imaginar Nem a GLOBO contará, Isso tudo só verá quem um dia for ao Pará, Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que encontre as raízes Que deixei ao vir pra cá. Rede Globo, se quer fazer, que faça direito. Que isto lhe sirva de lembrete: "Amor Eterno Amor" é o cacete. |
PARAENSE DE CORAÇÃO
Por Lúcio Reis
Quero aqui ratificar com a razão
O que diz Alvarez Marcelina com emoção
Numa sincera contestação
Com todo sentimento de seu coração
Pois meu querer e meu gostar
Por esta Terra abençoada
Mistura tudo em real sensação
Que passa pela língua e pela visão
No falar e no degustar
Do verbo a conjugação
No sotaque francês de Muaná e até de
Gurupá
Nos torna especial já há muitas gerações
A grande questão é visível
E que de outra maneira é apenas risível
Chamam-na de preconceito
Que sem dúvida é grave defeito
De personalidade frágil e torta
Quem não sabe ser e nem como se
comporta
Há discriminação por ignorância
Que nem sabe da geografia explicar
Que o Brasil se divide em regiões
E que uma é a norte e que nada tem a
ver com a nordeste
E nem tampouco com a sudeste
Assim como muitos nem sabem que região
norte e Amazônia
É mesma situação
E então misturam o Estado do Pará
Terra do gostoso açaí
Com o Amazonas onde se traça o delicioso
tambaqui
Égua é bottom desta gente
Para tratamento natural
Alegre e hospitaleira
E que tem na chuva sua banheira
Com priprioca e patichulli
O fruto lhe cai na cabeça
De cada frondosa mangueira
Que nos dá sombra de manhã, tarde e em
cada estação inteira
Cupuaçu, taperebá e ingá
Uxi, bacuri, mari e açaí
Não lhe parece delicioso ritmo
Pois é, só por aqui é que há
E o sabor mesmo que queríamos lhe
contar
Sua língua não vai salivar
Tem que vir aqui para provar
E jamais esquecer e vai querer voltar
À mesa a maniçoba e o tucupi
Suas papilas vão se extasiar
Em seu cérebro será marcado
A Estrela do Estado do Pará
Sua Capital Belém e morena altaneira
E em sua mente a firme vontade de
voltar
Não adianta o poder da mídia pretender
mudar
Está Terra é abençoada e tem cativo
lugar
No Colo da Virgem de Nazaré
Nossa Padroeira para celebrar, cantar e
amar.
Belém do Pará
28/05/12
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Vi e li a criação de Alvarez Marcelina e, confesso: não lembro onde a li! Então resolvi ratificar o que é dito e pus-me ao seu lado com a composição brotada do coração e agora, apresento-as com satisfação:
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