Mal Permitido Legalmente
O Liberal em sua edição de 20/09/14 na fls
11 de Atualidades estampa a seguinte manchete: “Extrato de Tomate tinha pelo de
roedor” e, no corpo da matéria diz que lote 16 do produto da marca Knorr –
Elefante fabricado pela Empresa Cargill Agrícola S.A com sede em Goiania (GO),
foi interditado e cuja validade de consumo do mesmo vai a 21 de maio de 2015.
Até aí nada há que leve ao espanto, pois em
termos de cumprimento de normas de higiene e primar pela qualidade em todos os
sentidos, não é o forte ou objetivo maior na cultural nacional e principalmente
na comercial. Em nosso País sabemos que, quanto menos investir ou aplicar na
excelência para o consumo final, melhor para a empresa, para o comerciante
atacadista e varejista, posto que o lucro aumenta e pior para a saúde pública e
portanto para o cidadão consumidor na ponta.
E antes que alguém me atire pedras, não
estou concluindo por pensamentos, idéia mirabolante ou irresponsável dedução,
pois é só lembrarmos que não faz muito tempo, foi informado pelo noticiário à
sociedade que soda caustica e água oxigenada eram adicionados ao leite entregue
para consumo final e, aqui mesmo em nossa capital, batedores de açaí misturavam
ao produto final maisena, goma de tapioca e sabe-se lá o que mais.
Falar das misturas que, segundo também o
noticiário, são feitas na pasta base de cocaína, não é o caso mas, até no
tráfico o jeitinho, a malandragem, ocorre.
Porém, o que chamou atenção e até razão de
espanto maior no que diz a matéria veiculada e que nos levou a escrever esta
crônica, foi a informação no corpo da mesma, que diz o seguinte: “Nas análises
técnicas da ANVISA descobriram fragmentos de pelo de roedor acima do limite de
tolerância estabelecida, de 1 (um) fragmento em 100g.”
Inacreditável a existência dessa tolerância
em gênero alimentício e consumido em grande escala, - pois os carros de "hot dog" e similares abundam em nossas esquinas -, posto é como que fosse dito ao roedor
que tem domicilio nas instalações da indústria ou onde o produto é embalado e
que, a concluir são ratos: “tenham cuidado e não saiam por aí em seus passeios
noturnos sobre o produto, soltando pêlo desleixadamente, para que não haja
possibilidade de mais de 01 fragmento cair num vidro ou no recipiente onde está
a mercadoria.
Ora, convenhamos se a legislação permite ou
tolera 1 fragmento em 100g, implícito está que tolera a presença do roedor na
empresa e, se esse animais além da queda de pêlo forem também portadores da
raiva - hidrofobia -, da leptospirose e etc...?
É impossível crer que, ainda seremos um
País sério, pois ao que se vê, nossas autoridades e os órgãos existentes, tem
visão no proteger, interesse em
facilitar para o mal feito, para a irresponsabilidade e a desmoralização.
E ainda há quem diga que o Brasil é o País
do futuro! Que futuro? Se no presente só há o plantio e cultivo da semente da
falta de vergonha, da seriedade e principalmente da irresponsabilidade e, tanto é
real que, matérias ao tratarem de desmandos no poder legislativo ilustram a
matéria com a imagem de um rato de gravata.
Lúcio Reis
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