domingo, 21 de setembro de 2014

Mal Permitido Legalmente

   O Liberal em sua edição de 20/09/14 na fls 11 de Atualidades estampa a seguinte manchete: “Extrato de Tomate tinha pelo de roedor” e, no corpo da matéria diz que lote 16 do produto da marca Knorr – Elefante fabricado pela Empresa Cargill Agrícola S.A com sede em Goiania (GO), foi interditado e cuja validade de consumo do mesmo vai a 21 de maio de 2015.
    Até aí nada há que leve ao espanto, pois em termos de cumprimento de normas de higiene e primar pela qualidade em todos os sentidos, não é o forte ou objetivo maior na cultural nacional e principalmente na comercial. Em nosso País sabemos que, quanto menos investir ou aplicar na excelência para o consumo final, melhor para a empresa, para o comerciante atacadista e varejista, posto que o lucro aumenta e pior para a saúde pública e portanto para o cidadão consumidor na ponta.
   E antes que alguém me atire pedras, não estou concluindo por pensamentos, idéia mirabolante ou irresponsável dedução, pois é só lembrarmos que não faz muito tempo, foi informado pelo noticiário à sociedade que soda caustica e água oxigenada eram adicionados ao leite entregue para consumo final e, aqui mesmo em nossa capital, batedores de açaí misturavam ao produto final maisena, goma de tapioca e sabe-se lá o que mais.
     Falar das misturas que, segundo também o noticiário, são feitas na pasta base de cocaína, não é o caso mas, até no tráfico o jeitinho, a malandragem, ocorre.
   Porém, o que chamou atenção e até razão de espanto maior no que diz a matéria veiculada e que nos levou a escrever esta crônica, foi a informação no corpo da mesma, que diz o seguinte: “Nas análises técnicas da ANVISA descobriram fragmentos de pelo de roedor acima do limite de tolerância estabelecida, de 1 (um) fragmento em 100g.”
   Inacreditável a existência dessa tolerância em gênero alimentício e consumido em grande escala, - pois os carros de "hot dog" e similares abundam em nossas esquinas -, posto é como que fosse dito ao roedor que tem domicilio nas instalações da indústria ou onde o produto é embalado e que, a concluir são ratos: “tenham cuidado e não saiam por aí em seus passeios noturnos sobre o produto, soltando pêlo desleixadamente, para que não haja possibilidade de mais de 01 fragmento cair num vidro ou no recipiente onde está a mercadoria.
    Ora, convenhamos se a legislação permite ou tolera 1 fragmento em 100g, implícito está que tolera a presença do roedor na empresa e, se esse animais além da queda de pêlo forem também portadores da raiva - hidrofobia -, da leptospirose e etc...?
     É impossível crer que, ainda seremos um País sério, pois ao que se vê, nossas autoridades e os órgãos existentes, tem visão no proteger,  interesse em facilitar para o mal feito, para a irresponsabilidade e a desmoralização.
     E ainda há quem diga que o Brasil é o País do futuro! Que futuro? Se no presente só há o plantio e cultivo da semente da falta de vergonha, da seriedade e principalmente da irresponsabilidade e, tanto é real que, matérias ao tratarem de desmandos no poder legislativo ilustram a matéria com a imagem de um rato de gravata.

Lúcio Reis

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