terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A Origem e o Efeito

O noticiário está divulgando que o surfista Ricardo dos Santos morreu em Santa Catarina, um dia após ter sido alvejado por três tiros em frente a sua casa na Guarada dos Embaúm em Palhoça.
Ele foi submetido a quatro cirurgias e os suspeitos que dispararam contra ele, um policial e seu irmão, que já foram detidos pela policia daquela localidade e, segundo consta, a razão ou motivo foi o policial PM Luiz Brentano que é de Joinville e estava de folga,  ter parado e estacionado seu carro em frente a casa do surfista.
O dono da casa, avô do jovem pediu que o carro fosse retirado a fim de que prosseguisse na execução de uma obra mas, o policial teria se recusado a atendê-lo. O surfista foi tentar resolver a questão e acabou sendo baleado por três projeteis no tórax e abdômen.
Agora vejamos bem, só um termo comparativo com o que a sociedade nacional ainda nem esqueceu – logo mais não falaremos mais nisso – do fato da execução do Marco Archer, traficante de droga executado na Indonésia e, com a aplicação da pena capital, tal qual a que aqui foi concretizada e por razão fútil, banal e simplesmente pela incapacidade de um cidadão portar farda e arma de fogo e, sob efeito do uso de droga.
No resumo e, não há como provar-se o contrário, há muitos anos a pena capital está instituída no seio de nossa sociedade e para exemplificar, enquanto na Indonésia foram uns seis traficantes, aqui foram duas crianças, uma menina e um menino, ela ao sair de uma churrascaria na companhia da mãe e ele, simplesmente no desfrutar o laser na piscina do clube e, além desses dois tem mais um caso de um adulto e, todos tiveram a pena de morte decretada por balas perdidas e que, sempre encontra um inocente e estes, não serão os últimos.
A questão é que essas balas perdidas, sistematicamente partem de onde? Das armas dos traficantes e que, as conseguem, bem como as armas que usam, com o produto da venda do entorpecente – cocaína, maconha e etc... – e que, a exemplo do executado na Indonésia e do PM que feriu mortalmente o surfista, são os clientes, usuários que dão vida e força às pessoas do ramo e que em muitos casos ou na maioria, entram em combate pelos pontos de venda de drogas.
Além dos aspectos acima, o fato ou o item que mais contribui e soma na escalada do tráfico é o concretizado pelas pessoas viciadas e que, alimentam com o comprar o pó ou a erva para seu consumo, fortalecem a atividade e, sem dúvida contribuem de maneira decisiva a que a praga, a desgraça dos efeitos da droga, alcance e aniquile famílias enlutando-as pesarosamente.
Quem sabe, logo mais no velório do surfista Ricardo dos Santos, lá não estejam amigos seus ou conhecidos, todos melancólicos, abatidos e tristonhos, mas que na outra face sejam também usuários de entorpecentes ilícitos vindos da mão de criminosos.
A ação da segurança rigorosa sobre o tráfico e impor sobre ele os rigores das leis, será eficiente mas, será muito mais eficaz se paralelamente as pessoas não consumissem e, só para finalizar, logo mais, possivelmente a imprensa noticiará: apreendidas toneladas de drogas camufladas na carroceria falsa de um veículo qualquer e que, se destinaria aos foliões no carnaval da cidade tal.
Lúcio Reis
20/01/15.

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