sábado, 31 de janeiro de 2015

Zona do Meretricio sob câmeras

As mudanças nos comportamentos e costumes de uma sociedade e, com a brasileira também e, sem dúvida no mundo, são gritantes e algumas, chegam ao olhar e analise de um leigo e portanto, ignorante, por demais intrigantes.

Para tentar evidenciar onde está essa estranha mudança, há que se voltar um pouco nas décadas, e no aspecto sexual, alcançar ali pelos anos de 1950 a 60 e quem sabe até um pouquinho mais.

Sexo livre sem camisinha nas décadas referidas, naturalmente, apesar ainda do tabu mas, lógico pago pelo pretendente (usuário ou cliente), sendo que este, sempre era o macho e, todos sabiam onde encontra-lo, pois em toda e qualquer cidade, mesmo a mais humilde, havia uma zona do meretrício, ou seja, onde as prostitutas ou, também ditas, as mulheres da difícil vida fácil, se concentravam e ali ofereciam seu corpo para o sexo em troca de paga pecuniária.

Hoje essa atividade ainda existe e como é mostrado pela mídia, elas se concentram em alguma parte de uma via pública e nesta elas fazem suas ofertas, trajando-se de maneira que expõem seu corpo como que se numa vitrine mas, com alguma diferença de como lá atrás no tempo, quando se concentravam em ruas com imóveis específicos para prostituição.

Aqui em nossa capital, o quadrilátero formado pelas ruas Riachuelo, General Gurjão, Primeiro de Março e Padre Prudêncio, foi o point da orgia, da prostituição e lá a atividade ou a profissão mais antiga da humanidade, era exercida 24 horas de carnaval a carnaval e, toda a área se resumia numa só palavra, zona, para qual convergiam o rico e pobre, independente do credo, cor ou qualquer outra diferenciação.

Mesmo sendo um ato livre e que, o requisito era o sujeito pagar e entre quatro paredes realizado e assim, ele era o único responsável pela contra prestação da relação, ou como se fora por sua dama ou companhia, um serviço prestado por poucas horas que desfrutara e publicamente não havia a divulgação.

Chegamos aos anos mais recentes e mais precisamente a 2015 e no portal UOL encontro a razão que me instigou a esta crônica, pois ali a manchete diz o seguinte: “Não resistiu – Durante papo com Fernando, Aline lamenta noite de sexo.” O que se concluiu pela curta nota e por outros tantos comentários, e feitos e o que as participantes fazem ou realizam depois, para mais e maior projeção e manutenção no meio televisivo brasileiro, é de conhecimento e abrangência pública e consequência do reality é que a reunião tem como finalidade sexo, assim como acima referido.

No entanto, dentro do ambiente que concentra os participantes, o sexo é explicito sob ededrons, tal como as gerações de ontem que o realizavam as próprias custas e como dito acima, na zona de prostituição.

Nos ambientes frequentados pelas meninas que viviam e se sustentavam com a atividade sexual paga, havia a cafetina, dona do imóvel e, também existia o cafetão, que de certa forma controlava as garotas da casa, os dois últimos hoje tem outra adjetivação mas, circunstancialmente e equiparadamente são semelhantes.

E assim na atualidade, a atividade, com o carimbo de jogo na casa mais vigiada do Brasil, casais praticam o ato sexual mas com a diferença de que, a paga ou o pagamento é feito por patrocinadores comercialmente falando e também pelo cidadão por sua livre e espontânea escolha que desembolsa dinheiro para aquisição do pacote para ter o direito de assistir que casais se relacionam sexualmente e ele os possa a tudo ver no recesso do seu lar e também votar em quem sai da casa por eliminação, gastando com telefonemas.

A mim soa e parece muito estranho e esquisito e, desse modo, jamais desembolsei e jamais desembolsarei um centavo para tal, ou seja custear a relação sexual de um casal que sequer sei quem é, não me parece um bom e útil jogo para o social. Mas, respeito a opção de quem contribui com seu dinheiro e participa do jogo na arquibancada.
Lúcio Reis
Em 30/01/15.

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