segunda-feira, 27 de julho de 2015

Crônica com lágimas
O ano era o de 1999 e o diagnóstico dizia sem sombra de dúvida: submeter a intervenção cirúrgico cardíaca para implantação de uma prótese de válvula aórtica ou então, em breve, muito em breve tempo, só um transplante cardíaco ou então o receber a extrema unção.
Foram duas passagens pelo bloco cirúrgico de alta complexidade e com mais de 12 horas de anestesia geral, algo em torno de seis horas por intervenção, sendo a última ocorrida em 24/06/1999, portanto há 16 anos.
No decorrer da convalescença e em função da carga de drogas relaxantes musculares, veio o efeito colateral do desânimo se abatendo e o desejo de não mais viver fez morada em minha mente e assim a depressão se aproximou e tentou fazer domicilio em mim.
Reagi e com o apoio de minha esposa reuni forças e busquei no amanhã uma razão para continuar a transitar neste vale de lágrimas e lá atrás, marquei no calendário e vislumbrei esta data: 27 DE JULHO DE 2015 e, rogando a Deus, supliquei a chance que me fosse dado forças e permitesse que eu estivesse presente nesta segunda que hoje transcorre ensolarada e sem dúvida disse a Ele qual era a razão pela qual eu gostaria de  estar vivo.
Como sempre fui atendido por meu Divino Amigo, e hoje aqui estou escrevendo esta crônica com os olhos marejados de tristezas e que molham o teclado ou, nem sei bem  traduzir que sentimento ou emoção tomam conta de meu ente, pois por razões que meu entendimento é incapaz de decifrar e compreender estou passando, vivendo a data pleiteada com fé mas, a alegria, a festa imaginada e bem lá atrás a celebração planejada não ocorre. Eu não faleci mas, algo sim!
As circunstancias ou causas que impediram o concretizar do plano de uma bela festa, o tempo, como mestre e em seu sapiente saber, um dia ira explicar e esclarecer.
Eu aqui na minha insignificância mas em companhia de minha querida e amada esposa também renegada e tivemos nossas bênçãos rejeitadas, tornando toda a alegria empanada pelas lágrimas e e na minha tristeza, agradeço a Deus por atender-me e rogo a Ele que multiplique esta data por muitos anos – não necessariamente para mim e esposa -  e que o brilho do sucesso seja razão de muitas e felizes comemorações, pois mesmo que não façamos parte dele direta e pessoalmente, a Deus sempre iremos agradecer.
Lúcio Reis
Belém do Pará

27/07/2015

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