sábado, 19 de março de 2016

Conto do Grelo Grande Duro e Armazem Retal 

Nota do autor: Está é uma criação baseada em ficção e qualquer semelhança com alguma pessoa, fato ou localizações, terá sido mera coincidência.

Era uma vez uma criança que fora batizada de Joca Tuta, nascido em família paupérrima, cujo lar era uma habitação de barro, coberta de palha, portanto, muito humilde e sem nenhuma condição de higiene, pois nem mesmo instalação sanitária havia.
Nessa situação o Joca Tuta e seus irmãos, posto que prole extensa, adquiriram severa verminose e cuja infestação, foi tão intensa, principalmente para o Joca Tuta, que as ascaris lumbricoides, popularmente conhecidas como lombriga, lhe saiam até pelo nariz e em bolo pela garganta, logo via oral para o exterior.
Um determinado dia apareceu lá pela casinha daquela família, um representante comercial de medicamentos - esses que transportam amostras grátis – e, cuja destino era uma cidade grande há poucos quilometros daquele casebre.
Observando o estado anémico do moleque e seus irmãos, os fez engolir um polivalente anti-helmintico, remedio que elimina mais de um tipo de parasita intestinal, e, como efeito quase mata o magricela Joca Tuta, por tanto expelir verme intestinal pelos orifícios corpóreos.
Aquele representante que se chamava Imalbu Loro, apos alguns meses sem por ali passar, ao retornar dá uma parada para breve visita a casa e a família de Joca Tuta e, o reencontra corado, com disposição e bem animado e, depois de cumprimenta-lo passa a conversar ameninades com os pais do moleque. Este, aproveitando a distração do visitante e, em função do plano, que sozinho já havia bolado, esconde-se no automóvel daquele vendedor e fugiu da casa dos pais.
Seus genitores só foram sentir sua falta no dia seguinte, posto que o mesmo tinha por costume, se embrenhar na mata ali próximo e só reaparece a noite para dormir e durante o dia subia nas árvores frutíferas a colher frutos com os quais se alimentava e até mesmo os colhia nas áreas pertencentes aos vizinhos, mesmo sem atorização dos donos. Foi, por isso mesmo, acostumado desde criança a mexer com o que não lhe pertencia.
O Imalbu Loro, por sua vez não percebeu que conduzia passageiro clandestino, o que só viera a saber muitos anos depois, quando por ocaso, reencontrou aquele antes verminoso mas agora, já adulto e um jovem metalúrgico, afastado da indústria e hospitalizado, em função de ter perdido um dos dedos da mão, numa das máquinas no parque fábril onde operava como operário e trabalhador.
Aliás, diga-se, a bem da verdade, foi o Joca Tuta que reconheceu o representante de remedios, e, foi nessa ocasião que ele veio a saber ter sido o condutor do passageiro clandestino  até aquele importante cidade.
Joca Tuta adquiriu com suas lorotas e mentiras de pescador, sem jamais ter mexido com anzol, mas com boa isca de suas falas, a simpatia dos companheiros de indústria, com os quais partilhava rodadas de pinga e quase todos, a maioria, tinha em comum uso de barba e bigode por fazer, tipo um líder de uma ilha muito falada.
Joca Tuta, se enamorou de uma jovem pobre daquela cidade e, numa de suas conversas com ela, sentados num banco de praça da Igreja Matriz daquele município, contou-lhe detalhadamente sua odisséia vivida e passada com as lombrigas o que, provocou na jovem e humilde namorada e que, depois veio a se tornar sua esposa, tamanho impacto e em função da enorme, intensa e negativa impressão profunda, lhe traumatizou sem que disso se apercebesse.
Lemara Ticia, era esse seu nome e que carinhosamente chamavam-na de Ticinha, formou com Joca Tuta um casal por muitos anos, tiveram filhos e suas vidas foi pontuada por muitos baixos e difíceis momentos.
Mas até que um dia, já tendo sido aposentado daquela industria Joca Tuta, fundou um clube, com apoio dos amigos e companheiros barbudos de bar, com os quais se reunia amiúde e naturalmente em mesa de rodadas de água que passarinho não bebe.
Em suas conversas regadas a água ardente e que, fazem as pessoas embriagadas sonharem alto e pensarem em mágicas, Joca Tuta vaticinou que um dia seria muito rico e poderoso, de projeção internacional. Como os companheiros já conheciam o seu lado pinoquio, não deram trela para ele e consideraram apenas um delírio ébrio.
Mas havia um problema que tirava o casal Joca e Ticinha do sério. E que quase todas as noites lhes fazia acordar com pesadelos, suando e agoniados e, o que era pior, o pesadelo era idêntico e na madrugda eram despertados, pois o protagonista dos pesadelos eram aqueles bolos de lombriga a lhes sufocar, saindo por todos os orifícios possíveis do corpo.
Anos apos anos, foram consumidos com as noites mal dormidas, mesmo que ele enchesse a cara de álcool mas, o subconsciente o atormentava.
E com apoio de outros barbudos o Joca Tuta, depois de muito tentar, conseguiu dar um salto alto e galgou posição de destaque e, ao seu lado sua esposaTicinha, se transformaram em milionários, ganharam muitos presentes, viajaram mundo afora, ela passou por cirurgias plásticas, passaram a ter guarda roupa chique e com grifes milionárias. Em fim saíram lá de baixo para o pico do “right society”. Agora eram elite, mas não diziam para ninguém.
Mas, havia uma questão que intrigava as pessoas daquele lugar. A Ticinha, jamais dava entrevista, mesmo a despeito de que seu marido Joca, adorava ter a mão um microfone. Ou seja, só os mais próximos conheciam o timbre da voz da madame, pois nenhuma radio ou TV lhe entrevistou em algum tempo.
Mas Joca Tuta que desde moleque, invadia os pomares e quintais dos vizinhos lá na roça, não perdeu o costume e nem deixou de praticar os condenáveis atos e, prosseguia os escondendo ou os disfarçando, ou por meio de seus amigos e companheiros que em companhia dele, também cometeram as traquinagens e, a partir de determinada momento, ante o volume e extensão de malandragem, a “casa começou  a cair”.
Ele e a esposa passaram a viver um inferno astral mesmo que acordados e que se juntava aos pesadelos noturnos com os bolos de lombrigas.
Joca Tuta, mesmo já estando vivendo momentos complicados e dificieis, ainda se arrogava a petulância de agredir a autoridade do Ser Supremo do Universo e declarou que no futuro próximo nem o Senhor Deus impediria que voltasse a galgar a rampa do sucesso que já desfrutará.
A paz da família foi sendo substituída pela preocupação e o suspense de qualquer hora e logo nas primeiras horas da aurora, ter a porta de seu lar, o tocar da campainha e o homem de olhos rasgados ali estar com mandado de prisão, ante as maracutaias perpetradas e, até sua comunicação fora legalmente interceptada e foi então que clinicamente foi descoberto que sofriam da síndrome do “grelo grande e armazenamento retal”
Essa síndrome ainda não consta nos manuais e tratados médicos e, ainda ninguém sabe explicar em que consiste e se tem tratamento ou cura e se é contagiosa.
O que é sabido e cabalmente mostrado pelos pacientes portadores do mal, o casal acometido pela síndrome é que, as reações deles ante um possível ataque é a recomendação ou a sugestão a quem, na conclusão deles, lhes seja perigoso ou inimigo em potencial, eles se defendem e vociferam peremptoriamente e recomendam que enfiem no anus os mais diversos objetos, tais como lanchas, faqueiros, obras de arte, em fim, todos os presentes que ganharam por ocasião do enlace do casal durante oito anos e em lua   de mel, numa granja chamada retorcida e que depois os mimos passaram a ser alvo de investigação.
Em relação a ele, sua fidelidade matriomonial a ela é comprovada com a declaração de que, ter outras parceiras, nem sob peso de muito pesadelo até de tuxina, que dirá de lombriga, pois a suspeição recaiu segundo ele, sobre a menina e coleguinha de tempo de roça, que juntos trepavam no cajueiro, nem pensar em função de o grelo grande e duro e diz ele quer distancia mas, assim como ela, ele tem também a psicose de mandar todo mundo enfiar algo no reto.
É como se fosse uma espécie de trauma, em achar que, se o canal retal está obtsruido por qualquer objeto, as lombrigas não entram para depois sair pela boca ou até mesmo pelo nariz.
Certa vez ele procurou consulta com uma medica especialista em fazer alguém ser passageiro invisível, chamada Tonha Pose mas, ela com pena do estado dele, acabou dando-lhe colo e dividindo cama e por isso foi arranjada mais uma encrenca para o já complicado viver do Joca.
Por isso o mundo cientifico já está em intensa pesquisa em busca do medicamento e alerta que, quando for percebido alguém com complexo de ascaris lumbricoides, de supositório, de serem proctologista e que constantemente estejam mandando alguém enfiar algo no reto e até meso uma panela, que tenham cuidado, pois ainda não é sabido pela ciência como ocorre o contagio e se é contagioso esse mal.

As pesquisas estão concentradas numa faixa verde e amarela que ele usou e pelo visto ela foi contaminada por ter pegado nessa faixa. Agora ninguém sabe ou pode afirmar, se foi o tecido ou se foi a tinta ou até mesmo se foi essa faixa.  
Lúcio Reis
Em 19/03/2016
Belém, Pa, Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário