Conto do Grelo Grande Duro e Armazem Retal
Nota do autor: Está é uma criação baseada em ficção e qualquer semelhança
com alguma pessoa, fato ou localizações, terá sido mera coincidência.
Era uma vez uma criança que fora
batizada de Joca Tuta, nascido em família paupérrima, cujo lar era uma
habitação de barro, coberta de palha, portanto, muito humilde e sem nenhuma
condição de higiene, pois nem mesmo instalação sanitária havia.
Nessa situação o Joca Tuta e seus
irmãos, posto que prole extensa, adquiriram severa verminose e cuja infestação,
foi tão intensa, principalmente para o Joca Tuta, que as ascaris lumbricoides,
popularmente conhecidas como lombriga, lhe saiam até pelo nariz e em bolo pela
garganta, logo via oral para o exterior.
Um determinado dia apareceu lá
pela casinha daquela família, um representante comercial de medicamentos -
esses que transportam amostras grátis – e, cuja destino era uma cidade grande
há poucos quilometros daquele casebre.
Observando o estado anémico do
moleque e seus irmãos, os fez engolir um polivalente anti-helmintico, remedio
que elimina mais de um tipo de parasita intestinal, e, como efeito quase mata o
magricela Joca Tuta, por tanto expelir verme intestinal pelos orifícios
corpóreos.
Aquele representante que se
chamava Imalbu Loro, apos alguns meses sem por ali passar, ao retornar dá uma
parada para breve visita a casa e a família de Joca Tuta e, o reencontra
corado, com disposição e bem animado e, depois de cumprimenta-lo passa a
conversar ameninades com os pais do moleque. Este, aproveitando a distração do
visitante e, em função do plano, que sozinho já havia bolado, esconde-se no
automóvel daquele vendedor e fugiu da casa dos pais.
Seus genitores só foram sentir
sua falta no dia seguinte, posto que o mesmo tinha por costume, se embrenhar na
mata ali próximo e só reaparece a noite para dormir e durante o dia subia nas
árvores frutíferas a colher frutos com os quais se alimentava e até mesmo os
colhia nas áreas pertencentes aos vizinhos, mesmo sem atorização dos donos.
Foi, por isso mesmo, acostumado desde criança a mexer com o que não lhe
pertencia.
O Imalbu Loro, por sua vez não
percebeu que conduzia passageiro clandestino, o que só viera a saber muitos
anos depois, quando por ocaso, reencontrou aquele antes verminoso mas agora, já
adulto e um jovem metalúrgico, afastado da indústria e hospitalizado, em função
de ter perdido um dos dedos da mão, numa das máquinas no parque fábril onde
operava como operário e trabalhador.
Aliás, diga-se, a bem da verdade,
foi o Joca Tuta que reconheceu o representante de remedios, e, foi nessa
ocasião que ele veio a saber ter sido o condutor do passageiro clandestino até aquele importante cidade.
Joca Tuta adquiriu com suas lorotas
e mentiras de pescador, sem jamais ter mexido com anzol, mas com boa isca de
suas falas, a simpatia dos companheiros de indústria, com os quais partilhava
rodadas de pinga e quase todos, a maioria, tinha em comum uso de barba e bigode
por fazer, tipo um líder de uma ilha muito falada.
Joca Tuta, se enamorou de uma
jovem pobre daquela cidade e, numa de suas conversas com ela, sentados num
banco de praça da Igreja Matriz daquele município, contou-lhe detalhadamente
sua odisséia vivida e passada com as lombrigas o que, provocou na jovem e
humilde namorada e que, depois veio a se tornar sua esposa, tamanho impacto e
em função da enorme, intensa e negativa impressão profunda, lhe traumatizou sem
que disso se apercebesse.
Lemara Ticia, era esse seu nome e
que carinhosamente chamavam-na de Ticinha, formou com Joca Tuta um casal por
muitos anos, tiveram filhos e suas vidas foi pontuada por muitos baixos e
difíceis momentos.
Mas até que um dia, já tendo sido
aposentado daquela industria Joca Tuta, fundou um clube, com apoio dos amigos e
companheiros barbudos de bar, com os quais se reunia amiúde e naturalmente em mesa
de rodadas de água que passarinho não bebe.
Em suas conversas regadas a água
ardente e que, fazem as pessoas embriagadas sonharem alto e pensarem em
mágicas, Joca Tuta vaticinou que um dia seria muito rico e poderoso, de
projeção internacional. Como os companheiros já conheciam o seu lado pinoquio,
não deram trela para ele e consideraram apenas um delírio ébrio.
Mas havia um problema que tirava
o casal Joca e Ticinha do sério. E que quase todas as noites lhes fazia acordar
com pesadelos, suando e agoniados e, o que era pior, o pesadelo era idêntico e
na madrugda eram despertados, pois o protagonista dos pesadelos eram aqueles
bolos de lombriga a lhes sufocar, saindo por todos os orifícios possíveis do
corpo.
Anos apos anos, foram consumidos
com as noites mal dormidas, mesmo que ele enchesse a cara de álcool mas, o
subconsciente o atormentava.
E com apoio de outros barbudos o
Joca Tuta, depois de muito tentar, conseguiu dar um salto alto e galgou posição
de destaque e, ao seu lado sua esposaTicinha, se transformaram em milionários,
ganharam muitos presentes, viajaram mundo afora, ela passou por cirurgias
plásticas, passaram a ter guarda roupa chique e com grifes milionárias. Em fim
saíram lá de baixo para o pico do “right society”. Agora eram elite, mas não
diziam para ninguém.
Mas, havia uma questão que
intrigava as pessoas daquele lugar. A Ticinha, jamais dava entrevista, mesmo a
despeito de que seu marido Joca, adorava ter a mão um microfone. Ou seja, só os
mais próximos conheciam o timbre da voz da madame, pois nenhuma radio ou TV lhe
entrevistou em algum tempo.
Mas Joca Tuta que desde moleque,
invadia os pomares e quintais dos vizinhos lá na roça, não perdeu o costume e
nem deixou de praticar os condenáveis atos e, prosseguia os escondendo ou os
disfarçando, ou por meio de seus amigos e companheiros que em companhia dele,
também cometeram as traquinagens e, a partir de determinada momento, ante o
volume e extensão de malandragem, a “casa começou a cair”.
Ele e a esposa passaram a viver
um inferno astral mesmo que acordados e que se juntava aos pesadelos noturnos
com os bolos de lombrigas.
Joca Tuta, mesmo já estando
vivendo momentos complicados e dificieis, ainda se arrogava a petulância de
agredir a autoridade do Ser Supremo do Universo e declarou que no futuro próximo
nem o Senhor Deus impediria que voltasse a galgar a rampa do sucesso que já
desfrutará.
A paz da família foi sendo substituída
pela preocupação e o suspense de qualquer hora e logo nas primeiras horas da
aurora, ter a porta de seu lar, o tocar da campainha e o homem de olhos
rasgados ali estar com mandado de prisão, ante as maracutaias perpetradas e, até
sua comunicação fora legalmente interceptada e foi então que clinicamente foi
descoberto que sofriam da síndrome do “grelo grande e armazenamento retal”
Essa síndrome ainda não consta
nos manuais e tratados médicos e, ainda ninguém sabe explicar em que consiste e
se tem tratamento ou cura e se é contagiosa.
O que é sabido e cabalmente
mostrado pelos pacientes portadores do mal, o casal acometido pela síndrome é
que, as reações deles ante um possível ataque é a recomendação ou a sugestão a quem,
na conclusão deles, lhes seja perigoso ou inimigo em potencial, eles se
defendem e vociferam peremptoriamente e recomendam que enfiem no anus os mais
diversos objetos, tais como lanchas, faqueiros, obras de arte, em fim, todos os
presentes que ganharam por ocasião do enlace do casal durante oito anos e em
lua de mel, numa granja chamada retorcida e que
depois os mimos passaram a ser alvo de investigação.
Em relação a ele, sua fidelidade matriomonial
a ela é comprovada com a declaração de que, ter outras parceiras, nem sob peso
de muito pesadelo até de tuxina, que dirá de lombriga, pois a suspeição recaiu
segundo ele, sobre a menina e coleguinha de tempo de roça, que juntos trepavam
no cajueiro, nem pensar em função de o grelo grande e duro e diz ele quer
distancia mas, assim como ela, ele tem também a psicose de mandar todo mundo
enfiar algo no reto.
É como se fosse uma espécie de
trauma, em achar que, se o canal retal está obtsruido por qualquer objeto, as
lombrigas não entram para depois sair pela boca ou até mesmo pelo nariz.
Certa vez ele procurou consulta
com uma medica especialista em fazer alguém ser passageiro invisível, chamada Tonha
Pose mas, ela com pena do estado dele, acabou dando-lhe colo e dividindo cama e
por isso foi arranjada mais uma encrenca para o já complicado viver do Joca.
Por isso o mundo cientifico já
está em intensa pesquisa em busca do medicamento e alerta que, quando for
percebido alguém com complexo de ascaris lumbricoides, de supositório, de serem
proctologista e que constantemente estejam mandando alguém enfiar algo no reto
e até meso uma panela, que tenham cuidado, pois ainda não é sabido pela ciência
como ocorre o contagio e se é contagioso esse mal.
As pesquisas estão concentradas
numa faixa verde e amarela que ele usou e pelo visto ela foi contaminada por
ter pegado nessa faixa. Agora ninguém sabe ou pode afirmar, se foi o tecido ou
se foi a tinta ou até mesmo se foi essa faixa.
Lúcio Reis
Em 19/03/2016
Belém, Pa, Brasil
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