Suja o Curriculum?
Como simples cidadão
brasileiro, fiz-me a interrogação: ser defensor de acusado, indiciado ou réu,
isso mancha, sua conduta e o curriculum profissional?
É! Essa pergunta veio-me a
cabeça ao ouvir posicionamento público do Secretário de Governo Carlos Marun, ao
lado do Ministro da Justiça Torquato Jardim, referindo-se ao Ministro do STF
Luis Roberto Barroso que, antes de ocupar cadeira na Suprema Corte, advogou,
segundo o Marun, em prol do italiano Cesare Batisti, dando a entender à
sociedade que esse feito desmerece ou coloca no Ministro Barroso algo que o
incapacite moralmente ou lhe retire a imparcialidade ou até mesmo a competência
para a função.
Ora convenhamos que, não
fosse os notáveis e ricos bandidos, de maneira especial os que arrombam o
erário, usando o “pé de cabra” dos tráficos de influência ou as relações com
aqueles que estão do meio para o pico da pirâmide, não haveria por conseguinte,
os notáveis e mais caros causídicos e suas reconhecidas e milionárias bancas
advocatícias, não apenas em nosso território mas, no mundo jurídico mundial.
Por outro lado, o saber
jurídico mostrado e, a projeção que o profissional adquire no meio do direito,
só se torna visível quando o processado, ou entidade para a qual atuou, ou o
contratante tem visibilidade, destaque social, empresarial e politica, pois basta
sabermos que a corte é composta por membros da escolha do chefe de estado e de
governo, tendo diante de si, alguns nomes provenientes de uma lista e que, nós
simples mortais não sabemos em profundidade como e com que critérios e outros
pormenores esse rol é elaborado.
Do campo politico
brasileiro com ramificações no mundo todo, saiu grandes expoentes, experts nos
feitos criminais e, por conseguinte seus defensores no “gramado” das leis e
códigos, são craques no manusear dos compêndios com seus artigos, brechas e
parágrafos e para ratificar essa assertiva, eis a impunidade proveniente de
anos ganhos com medidas procrastinadoras e ações arquivadas por decurso de
prazo e o mal feitor fazendo galhofa com a cara da sociedade.
Ora observemos portanto, recente jogada no âmbito dos tribunais superiores!
Qual a razão para o ex presidente Lula contratar para sua linha de “zagueiros”
o veterano, ex ministro e ex presidente do STF, o causidico Sepulveda Pertence? Para atuar também como "centro avante" nas quatros linhas daquela côrte?
Sem dúvida não foi com a intenção de lhe pagar honorários profissionais para
que ele tenha meios e faça implante de cabelos.
Porém, caso a condenação de Luis Inacio seja mantida e assim ratificado os
crimes nos quais ele foi capitulado e réu condenado já se tornou, isso manchará o curriculum
e a vida profissional do Dr Pertence? O fato de advogar para o ex presidente
coloca falta de idoneidade em seu histórico? E da mesma forma se conseguir
intento positivo ao condenado receberá uma tarja vermelha em sua capacidade
funcional? Claro que não! Mas na interpretação e posicionamento do Sr Marun,
sim!
O fato é que os cidadãos de carater desvalorizados estão no poder, a gama
de crimes cometidos e em tramitação processual, em investigação ou já em
julgamento é muito grande e diversificada e por isso, somos um País de
meliantes e que marca passo no lamaçal das indecências criminais pelo colarinho
branco, corruptos e também pelas ações delituosas e semelhantes por quem
transita na base da piramide social.
Por isso quando se ouve declaração tal qual a proferida pelo Sr Marun, é
possível compreender e concluir, por qual razão o Brasil não avança nos
comportamentos éticos e morais, pois esse Senhor está na cúpula do governo e também
detém mandato eletivo e, portanto, há muitos com pensamento semelhante e, é o caso de perguntar: se defender réu suja o
histórico do profissional do direito? E o que há de ser dito do magistrado que
o absolve?
Lúcio Reis
Belém do Pará – Brasil,em 14/03/2018
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