sexta-feira, 24 de janeiro de 2014


Herança do além mar




Nosso povo, há alguns séculos, ao receber a corte portuguesa na Bahia, na condição de colônia da Terra de Camões e de Pessoa e que, assim já convivia com os lusos, africanos, índios e dessa “salada genética com caramelo” da intenção do sempre se dar bem e provar do mais saboroso, chegamos a atual e vergonhosa situação e na qual, o levar ou tirar positiva vantagem, sempre caminha na rilha da desonestidade, da corrupção, do descaminho e da imoralidade descarada.

E, com essa receita de formação de um povo e portanto de uma Nação, mesmo a despeito de mais de cinco séculos terem se passado, a tendência é de persistir e a cada dia o piorar e olhe que compomos um País de quase 200 milhões de cidadãos.
Quando alguém e, esse alguém é numeroso, da como desculpa ou tenta justificar e explicar os deslizes cometidos, imorais, contra o bom senso e, desonestamente apresenta a esfarrapada desculpa que, a culpa vem daqueles que nos descobriram. Incontinente discordo, pois ao longo dos anos a tendência é que os bons exemplos paulatinamente promovam as mudanças e transformações de acordo com a vivência de quem atua e mostra esses bons exemplos a serem seguidos. Mas, entre nós pela maciça carga de imoralidade e desonestidade essa regra não se aplica.
Particularmente em relação a desculpa, a qual considero estapafúrdia e, nada mais, nada menos de pretender cobrir o sol com a peneira e assumir: somos sim uma Nação de ladrões e de bandidos descarados e os PHD do ramo não transitam nos subúrbios e nem nas vielas das periferias. Estão encrustados tipo “percebes” - (marisco que se desenvolve afixado nas montanhas rochosas de mares portugueses, de difícil e arriscado pescar) - nos poderes e seus aliados compõem no pico da pirâmide social, pois o pobre entra involuntariamente na coleta ao pagar exorbitante imposto ao comprar de uma caixa de medicamento ao pãozinho francês e, mesmo com o açoite das ondas da imprensa e de alguns poucos brasileiros a lhe bater de frente, pelos lados eles não se desgrudam da “rocha marítima do erário”.
Todavia, o que se testemunha diariamente em nosso País? É sempre o nivelamento por baixo e para baixo e parcela considerável a praticar a “Lei de Gerson”, aquele que o “canhotinha de ouro” consagrou no futebol como o resumo de sempre levar vantagem mas, no caso do tri campeão, o alvo era vitória no campo de futebol.
Os noticiários estão fartos e a cada manhã em apresentar a goleada do superfaturamento nos estádios a receberem jogos pela copa que se aproxima e mesmo a despeito de que toda a imprensa fala da imoralidade, o barco segue. E, o pior, tudo jogada ensaiada, pois ouros eventos já haviam mostrado essa prática, esse treino e que não é inerente apenas a estádios de futebol mas, em todas as ações onde o erário é a mola propulsora e, não obstante isso, o mundo todo sabe que outros eventos de copas anteriores, não tiveram custo tão absurdos quanto a aqui haverá.
E então o script fica facílimo de compreender e entender o porquê não há renovação ou depuração na composição da representação popular nos poderes republicanos. Simplesmente por que é máquina de auto-alimentação e com tecla de repetição e, como funciona? Tão natural e simples, como se fora o seguinte organismo: o representante do cidadão que assim se torna via urna eleitoral e por essa via se alimenta, sentando-se a cadeira a consumir verbas do erário que é defecada na latrina da corrupção para ser metabolizada pelas bactérias patogênicas daqueles que participam da receita das licitações do faz de conta, pois sempre os nomes são os mesmos e dessas bactérias surgem no metabolismo o gás da decomposição do dinheiro dos impostos com o nobre título de propina e que vai para quem? Considerável percentual para aquele com assento em alguma cadeira, comprado pelo voto de um desinformado eleitor – são milhões – que ao ganhar como agrado um aterro ou boné, se entendeu feliz e gratificado como praticante da “Lei de Gerson” e com esse pensamento e com seu voto deixou, manteve no poder um ladrão de alta periculosidade e que, para demonstrar cacife e que é diferenciado, e que em cada unidade da federação tem um grupo familiar ou não, são detentores de veículos de comunicação como TV, jornal, rádios AM/FM, mansões em várias cidades e milhões em paraísos fiscais. É isso que noticia a midia e por isso mesmo de conhecimento público.
O eleitor que se afogue no rio ou mar que irá se formar em função da inexistência de rede de esgoto de águas pluviais e, independe de que seja uma mega metrópole ou simples cidade. Caso não se afogue mas, adquiri uma leptospirose pela má qualidade de ações de saneamento, coleta de lixo, mesmo a despeito das fraudes para contratação desse serviços e pagamento de propinas e, se a doença pela urina do rato não o liquidar, morrerá num dos pronto socorros por falta de medicamentos e isso se conseguir chegar ainda com vida no hospital, pois pode muito bem ser vitima no violento trânsito no percurso a ser corrido até a unidade de saúde.
Ora, como é bem e bastante mostrado no noticiário falado e escrito, o que o português tem a ver com isso? Absolutamente nada! Por que lá a sem vergonhice política pode até ser semelhante mas, ao que se sabe por testemunho pessoal, o povo de um modo geral, tem educação e respeito pelo semelhante e os exemplos de honestidade e urbanidade que testemunhamos dão-nos credenciais a tal afirmação.
E para não ficar na desconfiança da informação e o entendimento de má vontade com o nosso País, posso informar para relembrar o que é público e quem já passou por terras de Portugal sabe que avenidas são ornamentadas por jardins floridos, nenhuma socialyte vai la furtar muda e, na cidade do Porto os postes tem floreiras com espécies naturais mas, o fato mais relevante, vivenciamos, pois havido no Hotel Mercure na Batalha em 2006. Dois casais amigos, um dos quais este autor, visitavam a cidade do Porto e resolveram fazer um “city tour”. Na recepção de acordo com folheto exposto, escolheram uma oferta na qual o custo por casal seria de 100 euros. Pediram ao funcionário da recepção que contratasse aquela prestadora de serviços para o dia seguinte às 08:00 h e, cada um deixou com ele sua parcela. Ao término do dia o funcionário foi ao apto deles e devolveu a cada um 20 euros. Perguntado a razão da devolução disse ele, que segundo a Carolina dona do transporte aquele valor era para alta temporada.
Ora convenhamos. Se ele tivesse ficado com os valores devolvidos, não teríamos convivido com essa lição de honestidade, seriedade e profissionalismo e, nem ser-me-ia fornecido subsídios a afirmar que os portugueses não são e nem podem ser desculpas ao mau caracter do brasileiro, portanto se cada um fizer sua parte, no contexto geral, teremos promovido as mudanças e iniciaremos a construção de um outro Brasil.
Infelizmente, não é e nem será fácil, pois o cidadão brasileiro, não tem o mínimo de discernimento e chega a ser mesmo, tão imbecil e ao mesmo tempo tão cretino que não é situação de fácil compreensão. Dia 23/01/14, tomou-se conhecimento do seguinte fato e que aqui registro até para que sirva de alerta para todos. A senhora contratou mão de obra a ser executado em determinado serviço em sua residência, seu apto. Dois “trabalhadores” foram realizar a tarefa contratada e um era  responsável pela empresa.. Executavam o serviço e na sala de estar a dona do imóvel realizava algum serviço em seu Ipad – tablet – e por coincidência nesse ínterim recebeu um telefonema e apressada saiu e deixou o aparelho sobre o móvel. Ao retornar, poucas depois e quando o trabalho já havia sido concluído e os operários se retirado, sentiu falta do computador ao ir pegá-lo onde o deixou. Foi a empresa e os dois, únicos estranhos que por lá passaram, negaram que houvesse feito a subtração indevida do objeto. Foi feito o termo policial e as averiguações prosperam. Segundo a delegada não é difícil encontrar, pois são aparelhos rastreáveis.
Bem, dizemos por aqui que a ocasião faz o ladrão porem, será que ninguem usa a razão?  Ou bandido é irracional? E isso faz lembrar recente duplo assassinato de pessoas de amplo conhecimento na sociedade e que, simplesmente deliberaram em matá-los e desaparecer com os corpos, jogando-os na baia do guajará como que, tivessem ali jogado dois alfinetes e, tanto num quanto em outro caso e demais, o bandido pelo visto entende que todo mundo sofre de amnésia e esquece que tem um tablet ou que uma família tem um ente querido e que não sentirá falta.
O que tem que passar a ser regra e não exceção e por isso merecedora de publicidade, é o fato de um funcionário de aeroporto ou uma senhora humilde, encontrarem pacote de dinheiro que não lhes pertence, honestamente devolverem ao dono ou ao estado e se tornar noticia nacional, o que,vem a provar que a desculpa de herança maligna e de ladroagem não serve, não cola e que, o que tem que haver é nossas autoridades passarem a usar vergonha na cara! Pois se há exemplo de seriedade e honestidade, implícito está que nem todos são bandidos e assim há o bom exemplo a seguir e praticar.
Com vergonha na cara e a abolição ou revogação da “Lei de Gerson” o Brasil poderá ouvir um outro “Ouviram do Ipiranga” onde haverá respeito e dignidade.


Lúcio Reis  

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