Pena,
Remissão
A
coluna Reporter 70 na edição de O Liberal de 13 de dezembro corrente, com o
título que encimamos a presente, publica a proposta da defensora pública Anna
Izabel Santos, que objetiva a redução da pena através da leitura pelos apenados
do sistema prisional paraense.
O preso
terá de ler um livro ao mês e preparar uma resenha, sob a coordenação de
técnicos da Secretaria de Educação e da Susipe. E, a cada obra concluída,
somará quatro dias a menos de prisão.
A idéia
de imediato parece salutar e proveitosa, principalmente para o cidadão
encarcerado, quanto para o estado em relação ao custo per capita e, quem sabe,
possa se estender para a abrangência nacional.
Porém,
e há que se observar os porens, não se pode colocar para o lado a realidade de
que o cidadão brasileiro em função do deficiente cumprimento pelo estado, de
sua obrigação constitucional, em relação ao promover educação com qualidade,
coloca no seio da sociedade milhares de centenas de analfabetos funcionais,
gerados ora pela evasão escolar, ora pela qualidade que deixa a desejar dos
ambientes físicos e precários das salas de aula e mui especialmente pela má
remuneração dos corpos docentes do ensino público. E assim uma das
conseqüências são os presídios abarrotados.
E dizer
ser uma inverdade, o acima, é não querer ver a dura realidade dos vestibulares,
nos quais, o monstro de sete chifres é a redação ou interpretação de textos e,
olhe que são alunos que concluíram o segundo grau.
Reitero
se tratar de uma louvável iniciativa mas, além do acima referido, ainda há
aqueles que são analfabetos mesmo e que, como se dizia ontem, não sabem fazer
um “o” nem com um canudo de folha de mamão.
Não se
pode olvidar, ainda, que o detento dos sistema prisional nacional, normalmente
passa a ler a bíblia, independente da denominação religiosa e se diz regenerado
e ganha os favores das leis e é posto em liberdade mas, nem bem põe os pés no
asfalto, esquece capítulos, versículos e volta a delinqüir. Sem dúvida é tudo
muito complexo.
Mas, vá
em frente Sra Anna Izabel Santos, pois entre a inércia e a tomada de
iniciativa, é preferível o agir e, o que aqui refiro, tem como objetivo a
isonomia, pois todos somos iguais, conforme dita nossa Constituição. E além do
mais espero que minha opinião seja item de construção.
Lúcio
Reis
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