terça-feira, 13 de setembro de 2016

S450, N10 e A9.
O título acima reflete o placar eletrônico de 12/09/2016 referente a sessão na Câmara Federal, realizada para a aprovação ou não do parecer do Conselho de Ética, acerca da cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha por quebra do decoro parlamentar, em consequência de sua mentira naquele Conselho,ao negar peremptoriamente possuir contas bancárias secretas no exterior.
S foi sim, N foi não e A voto de abstenção. E ao procedermos uma aritmética elementar, concluímos que dos 513 deputados, 469 votantes (450+10+9) e mais o Presidente da Casa, que não vota, estiveram ali 470 deputados e que, portanto 43 faltaram (513-470). E no final houve a cassação do poderoso Eduardo Cunha.
A matemática acima, nos conduz a seguinte análise pessoal:
- 1) No inicio de 2015, o Eduardo Cunha foi eleito Presidente da Casa,com expressiva votação, derrotando mais de dois concorrentes, inclusive em mais de um turno, sendo um deles do PT de São Paulo;
- 2) Ao longo desses mais de 9 meses de tramitação do seu processo no Conselho de Ética, a imprensa informava muito sobre a tropa de choque, aliados e defensores do deputado carioca, como que o mesmo dispunha de um escudo intransponível e de uma artilharia capaz de arrasar a democracia;
- 3) Viu-se as manobras protelatórias e por isso, o processo somou o maior número de meses em tramitação na história da casa;
- 4) Mas ao somarmos os 10 N aos 9 que se abstiveram e mais os 43 ausentes, considerando, caso eles comparecessem e apoiassem o E Cunha, a adição teria como resultado final 62 votos;
- 5) Portanto, mesmo assim, ele seria cassado, posto que ao seu desfavor ainda seriam contra sua permanência no poder 451 votos (513-62).
O que se colhe, sem sombra de dúvida, dessa planilha? Ainda numa conclusão pessoal, é que nos parlamentos e na politica praticada no Brasil, a coloração da traição é muito mais forte e pesada do que se pode imaginar!
O que se pode aduzir até, é que no meio, entre eles mesmos, é um empurrando o outro para o precipício e nenhum quer ser o outro!
Também é possível resumir, o que há anos eles vem demonstrando e sem qualquer reserva: o que lhes interessa e prevalece são apenas o bem estar próprio, suas mordomias, pois o povo foi, é e continuará a ser, mero detalhe, pois o eleitor há décadas é traído a cada dia e paga caro – e a moeda é sua vida e de seus familiares – já há várias eras.
Porém, traição, covardia e falta de personalidade, aliados ao cinismo, não é privilégio do e no parlamento. Essas características são bem mais reais, visíveis do que se pode imaginar e permeiam as relações entre pessoas que nem detém mandato eletivo, ou seja, são pessoas comuns dentro da nossa sociedade.
Ainda no que se refere a politica, há pouco houve o desfecho do mensalão e está em pleno tramitar o petrolão, que demonstram e mostram cabalmente a intensidade, a grandiosidade e o alto poder de destruição existente na corrupção que aniquila nosso País e, ainda assim, seus resultados não geraram qualquer modificações no modus operandis nas campanhas politicas,visando o pleito municipal que se avizinha.
Tive a oportunidade de assistir a campanha em radio e TV, numa das capitais do nordeste e óbvio, aqui em Belém também e, o que elas mostram? A mesmice desde o século passado, como promessas vãs, mirabolantes, usando pessoas humildes em testemunho falso, pois na realidade do dia a dia os prontos socorros não funcionam, o IPTU vai gerar milhões de reclamações ao ser majorado no próximo exercício, a violência no município é um exterminar em massa praticamente, o trânsito violento mata mais do que a dengue e a zica juntos e por ai em diante.
É! Só resta a esperança de que o eleitor ainda vai tomar muito porrete na cabeça por mais uns dois milénios, para aí sim, se dar respeito e aprender a votar e entender que quando o politico faz, não é favor mas sim, obrigação.
Lúcio Reis
Belém, Pa. Brasil em 13/09/2016.




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