terça-feira, 30 de outubro de 2018

Resistência, Profissão, Respeito e Consequências

Havia combinado comigo mesmo em dar-me um tempo sem escrever, pois nessas últimas semanas, diariamente os tenho chateado com minhas crônicas, posicionamentos e idéias e, como diz o povo: tudo que é demais chateia!
Porém, quando se gosta de escrever e não se perdeu a capacidade de indignação ante fatos imorais, inconsequentes, irresponsáveis, estúpidos e irracionais, se torna impossível passar ao largo deles, fingir que deles não tomou conhecimento ou como se comportam muitos, dizendo: não é comigo, não estou nem aí!
E foi em função de duas realidades atuais e que, entendo terem co-relação direta com os dias que vivemos no Brasil, a formação profissional nos bancos escolares em todos os estágios, o comportamento dos discentes e os resultados práticos de suas atuações já no mercado de trabalho.
Em primeira consideração, nota-se, salvo equivoco que, muitos brasileiros confundem, misturam o calor de suas atuações irrresponsáveis e até criminosas como torcedores de seus times – lembrando o feito no qual o cidadão que atirou de cima para baixo um vaso sanitário arrancado do WC num estadio e matou um outro torcedor – com suas atuações profissionais nas áreas acadêmicas da respectiva opção. Além de cenas de copiosos e até mesmo infantis choros.
Nestes dias pós eleição e cujo presidente eleito, lógico, desagrada parcela da sociedade, o que se vê são movimentos se auto proclamando de resistência e mui especialmente em alguns centros de ensino, num absoluto desconhecer de que não estamos num estado de exceção e nem somos uma ditadura mas sim, uma democracia, onde a maioria vence e leva. E tudo fica pior pois o uso da força, da afronta, da violência é colocado em prática e que, no final só descontrole, dividi e gera choro e indesejadas situações.
Realizar resistência e esboçar descontentamento é até compreensível! Porém, partir para a intimidação, violência e agressividade pessoal, contra aqueles que aplaudem os ganhadores, é sim, anti democrático, não soma, não contribui e aí sim, assemelhasse a ditaduras que não sabem conviver com o contraditório.
Como esse comportamento inadequado é bem comum no 3º grau, é também possível, imaginar, por dedução lógica, a qualidade e competência de profissional que serão formados e no mercado colocados. Isso quando muitos são barrados nos testes de seleção.
E nesses dias a imprensa noticia uma realidade entre inúmeras e que, pode também ilustrar essa incompleta ou distorcida formação de um profissional e que, vem ter sob seu certificado funcional e zelo profissional de vidas humanas.
Eis o fato: a paciente gestante em faixa etária de mais de 40 anos, é internada para ter seu filho. Inicia um processo de hemorragia e muitas dores, segundo a imprensa. A médica plantonista, mesmo a despeito das súplicas da parturiente, não lhe deu a devida atenção e proceder uma cesaria, pois seu turno estava prestes a terminar dentro dos 60 minutos seguintes.
Terminado o plantão daquela medica, entra sua substituta e ao tomar ciencia do quadro daquela gestante, já com maior e intensa hemorragia, caso gravissimo, a manda para o CTI e deste, tanto a mãe quanto a criança saem com a declaração de óbito.
Como podemos comparar, temos hoje o dia da formação sem seriedade, muito vandalismo e as consequências de inocentes vidas sendo sacrificadas e pagando pelo menos caso e desprezo pela dignidade da profissão e com o futuro da Nação.
Mas com certeza, para os brasileiros do bem, não é esse o Brasil que queremos para o amanhã.
Lúcio Reis
Belém do Pará-Brasil em 30/10/18

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