Autoridade Familiar e o Desgoverno
A geração a que pertenço via e tinha nos
pais autoridade disciplinar e educacional inquestionável, pois no fundo sentia
que o objetivo era educar, formar respeitando os limites dos demais e
principalmente olhando, vendo e entendendo que a pessoa mais velha encerrava um
ser a ser respeitado e por esse caminho à criança era dito que seria para que
no amanhã fosse um cidadão decente e sem problemas com as leis.
Ainda na orientação quanto o respeitar, as
crianças se dirigiam a alguém mais velho como senhor ou senhora e, creio até
que ainda hoje, muitos já depois de seus 60 anos ainda dispensam esse
tratamento às pessoas idosas e lá atrás o lema era: escreveu não leu, o castigo
mereceu!
Os anos se sucederam e somaram e, entra no
campo da educação o time da teoria da permissividade e, das crianças foram
retirando o entendimento e respeito ao limite do que pode e do que não pode e
ante essa realidade, toma-se ciência de que voo de uma companhia aérea atrasou
a decolagem em 45 minutos, quase uma hora, por que uma criança se recusou a
colocar o cinto de segurança.
E o atraso se deu, possivelmente ante a falta
de autoridade do responsável pela criança que o acompanhava ou, se estava sob a
guarda de comissário de bordo, de simples e naturalmente desembarcar o
inoportuno e inconveniente passageiro e o devolver a quem o levou até ao
aeroporto.
Muitos dirão que é ser drástico e radical. É
um direito de interpretação mas, eu diria é fazer valer a autoridade e o
respeito, dentro do seio da sociedade, pois o direito de um termina onde inicia
o do outro. Ou teremos e veremos a bagunça imperar totalmente.
O que se colhe é que uma criança mal
educada e cheia de vontades, invade o direito de quantos estavam na aeronave e,
de quantos mais esperavam por aquele voo em outros aeroportos.
Isso sem contar que depois, caso a criança
viesse sofrer algum dano, o responsável iria declarar peremptoriamente e cheio
de cidadania mas, incoerente: quero meus direitos e vou processar a companhia aérea.
Sem levar em conta se o estado está ou não
com a razão, outro caso que chama a atenção foi a invasão da rede escolar
paulista, a fim de obstar a ação administrativa do estado, ante medida a ser
adotada com remoção ou modificação da destinação de prédios da rede de ensino estadual.
O caso se reveste de maior gravidade, pelo
fato de prédios terem sido depredados, saqueados e por isso, causar prejuízos ao
bem social. E por certo não ser ação de estudante mas, de quadrilha ou bando.
Intriga mais ainda é a solução do
governador em aquiscer ante a birra dos estudantes de manter a ocupação e
interdição dos espaços físicos públicos e que, ao voltar atrás desmoralizou seu
secretário de educação e que, coerentemente devolveu o cargo ao governador e
este, ao tomar a decisão de brecar a ação governamental, coerentemente deveria
entregar a governança do estado aos lideres das interdições escolares. Pois aí
confessa sua inoperância.
São problemas aqui, ali e acolá que a todo
dia desmoralizam as autoridades constituídas e eleitas legalmente ou então pela
via da corrupção, mas são quem tem às suas mãos o mando e por isso ao ceder,
ratificam o pisotear da ordem e da disciplina e logo mais nossa sociedade será
simplesmente o estouro de uma boiada.
Por isso ainda, se ontem os pais exerciam
suas autoridades com respeito e disciplina, hoje o garoto é quem dita ordem,
espanca os pais e planeja a morte deles ou, não tem o mínimo de respeito e
moralmente os pisoteiam.
Mas a verdade continua: hoje és filho e
amanhã serás pai!
E não vai aqui nenhuma intenção de afirmar
que os pais não cometem deslizes. Cometem sim! Pois antes da paternidade ou da
maternidade, são humanos. O que não os redimi de pagar pelos erros cometidos.
No final nossa sociedade não poderá dar
certo, posto que a corrupção, a ausência de idoneidade, portanto, estão nos
poderes republicanos e desta feita dispomos da receita certa e apropriada para
a Nação descer ladeira abaixo até o pântano da desordem e da anarquia.
Lúcio Reis
Belém do Pará, em 14/12/2015.
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