“Elite” Indignada
A imprensa nacional mostrou a transferência
devidamente algemado pelos pulsos e tornozelos, seguindo alguma regra carcerária
a respeito, do bandido já condenado há mais de 7 décadas de prisão, o ex
governador, senador, deputado pelo Rio de Janeiro, Sergio Cabral do PMB.
O fato que ensejou essa transferência do
politico e agora, sabe-se lá como conseguiu votos para os vários pleitos e
cargos públicos eletivos, e que, no desempenho dos diversos mandatos calçou as
alpercatas da extrema humildade e da filantropia franciscana e distribuiu
esmolas entre os menos favorecidos e jamais amealhou para si bens ou riquezas
legais ou ilegais e também para os seus familiares, auxiliares e amigos. Ou seja um
verdadeiro São Francisco Cabral do século XX e XXI.
A referida transferência da carceragem
do Rio de Janeiro para as grades em Curitiba, tem finalidade coercitiva
disciplinar, tendo em vista os vários atropelos às regras prisionais cometidos
pelo apenado e todo poderoso politico carioca, concretizado no recebimento de
produtos alimentícios de primeira linha e outros, bem como o trânsito livre no
interior da carceragem, comportamentos a mostrar o tratamento diferenciado e que, os olhos vendados voluntariamente pela
direção da casa de detenção fazia vistas grossas ou cegas mas que, não fugiu ao
olhar do Ministério Público esses comportamentos internos.
O ato da referida mudança prisional
gerou indignação nos defensores do pobre e humilde presidiário e por que não
indisciplinado e que, pelo comportamento arrogante e ameaçador, inclusive
perante autoridade do judiciário, ainda não se despiu do status de ontem e
ainda se arroga o direito de receber e ter diante de si colunas vertebrais
curvadas, joelhos no chão ante sua pessoa e imagem por todos prestigiada e
bajulada até ontem.
A reação de agentes da sociedade
nacional, indignada pelo tratamento dispensado ao presidiário Sr Cabral,
torna-se muito estranha e que, qualquer cidadão mais atento, incontinente
questiona: por que reação e indignação idêntica jamais foi vista, esboçada ou
lida, quando apenados sem poder econômico e simples membros da sociedade carcerária
do País, passam ou são submetidos a idêntico tratamento? Por que essas vozes não
se levantam e veementemente protestam ante as superlotações e indignas condições
humanas nos presídios brasileiros e que, reiteradas vezes o noticiário mostra.
Tanto é que vez em quando os próprios
internos realizam suas ações de protesto e normalmente muito violentas, pois sabem até,
que verbas públicas destinadas também às melhorias carcerárias são desviadas,
inclusive para patrocinarem jantares em Paris e presentear madame com caríssima
jóia e outros vários desvios ilegais.
Mas é compreensível, pois enquanto o “massacrado
e humilhado” Sergio Cabral não tem poder econômico para arcar com os honorários
de seus advogados e assim, eles o atendem e servem sem onus; a massa de internos
que se rebela, mesmo tendo muito dinheiro em paraísos fiscais, recusa-se a
pagar o custo da petição em qualquer ação judicial e portanto, os honorários do
trabalho do causídico seja famoso e conhecido ou não.
A sociedade brasileira está no limite da
tolerância ante tanta violência e bandidagem de ricos, poderosos e até dos pés
descalços e, deduzo que se fosse feita uma enquete sôbre a transferência e a
maneira como foi feita, do Sr Cabral, se alguem condena e desaprova? Os aplausos
e o aprove-se virá ou viria da maioria.
Pois bandido é bandido! Cidadão de bem é
outra situação, aqueles os rigores das leis e a estes, seus direitos nas leis.
Por isso é que a elite fica indignada, pois se acredita acima do bem e do mal,
de tudo e de todos e por isso inatingível. Mas os tempos são outros.
Lúcio Reis
Belém do Pará-Brasil em
21/01/2018
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