sábado, 13 de abril de 2019


Autoridade! Estado? Desgraça...


Certa vez já escrevi que no Brasil, como irresponsáveis crianças, brinca-se de estado e de que nesse folguedo infantil tem até a figura da autoridade.
E quando escrevi foi com base em lastimáveis e tristes fatos havidos e nos quais, vidas foram ceifadas sem chances de defesa e proteção, posto que também, por outro lado, o cidadão brasileiro tem sua considerável parcela de contribuição nos feitos, funciona ou atua como uma das faces da moeda, pois não resta dúvida que só há o espertalhão pelo fato de que no outro lado há um pseudo sabido e este, normalmente é o “pato” que paga com a moeda da própria vida e, por isso ainda, sempre lembro e ilustro o que registro com o trecho da letra cantada por Jackson do Pandeiro e que diz: “todo mal do sabido é pensar que nunca foi enganado mas, também, como bobo muitas vezes já foi apontado”. Logo, eis aí a pintura irretorquível do jeitinho brasileiro.
Nesse inicio de ano e há poucos anos, já dá para colecionarmos uma quantidade nada confortável de vidas humanas ceifadas – algumas centenas – sem falarmos daquelas que cruzaram as linhas de tiro, balas perdidas, entre bandidos e policiais ou milícias, destruição sumaria do meio ambiente, rios, florestas e cidades inteiras arrasadas e, um rosário de desculpas e esquivar-se de responsabilidades e que consumem minutos, horas, dias, meses até que não se fala mais na desgraça a nível de imprensa ninguem é punido e, para ratificar é só não esquecermos de Mariana, Brumadinho, CT do Flamengo, Escolas no Rio, viaduto em São Paulo e etc...
Porém, a desgraça que ora é a bola da vez e que se abateu sobre o Rio de Janeiro, novamente, pois a pista Tim Maia já anda sumida da mídia, tem a pintura surreal e cruel a mostrar a ausência de autoridade e do estado, principalmente no que se refere ao zelo pela vida do cidadão. E este, em muitas situações é o autor de sua desgraça, pois esquece que em muitos casos e quase sempre, o barato sai caro.
O interessante e deverás muito interessante ainda, é que não se ouve nenhum veículo de comunicação fazer referência ou comentário a respeito de quem poderá ser penalizado e arcar com as responsabilidades judiciais, a não ser o termo genérico e impessoal de que as obras são erguidas pela milícia.
No entanto, todos que já viram e ouviram as matérias em todos os veículos de comunicação, escutaram o seguinte: as construções são erguidas da noite para o dia, não tem ART (Anotação de Responsabilidade Tecnica que é expedida pelo CREA), simplesmente por que não tem engenheiro responsável e por essa razão mesmo, a prefeitura, e o próprio CREA deveriam empenhar-se e estancar ou desarmar a armadilha que são na realidade cada bloco da aptos, pois ao longo de mais de uma década foram sendo erguidas em área de preservação e na base de encostas e, não se trata, como visto de um ou dois ou três blocos de aptos mas sim, de dezenas.
Ouviu-se, por outro lado, que quando fiscais foram lá para promover interdição a milícia os colocou para correr. Ora! Convenhamos o poder do crime, realmente se sobrepõe sobre a força do estado? Ou que armas e poder de convencimento foram usados para não deixar o estado atuar? Não podemos esquecer da Lei de Gerson, onde todos querem levar vantagens!.
Outro informe que comprova a ausência do estado e da autoridade para fazer cessar o desmando e evitar o avanço da ilegalidade é que foram expedidos mas de uma dezena de laudos de interdição e os mesmos não foram cumpridos pelo fato de que a força da irregularidade e dona dos imóveis e que os negocia, inclusive com anúncios nas redes sociais mostrando telefones para contato, segundo informado pela imprensa, é maior e mais forte do que a autoridade legal e constitucionalmente constituída.
Porém, o que é mais horripilante é ter sido trazido a público que autoridade – uma juíza – judicial expediu alvará ou mandado judicial em favor dos donos e portanto beneficiando os empreendimentos e assim, em desfavor das vitimas, ajudou a cavar o sepultamento das vidas ali ceifadas. Porém, há que se fazer uma pergunta, quem provocou a justiça, pois pelo que se sabe, a juíza não despacharia uma ordem judicial sem que tivesse sido provocada através de processo legal.
Quando se observa as tomadas televisivas, vê-se também que a via de acesso tem postes de iluminação pública e portanto, condução de energia elétrica até aos prédios e usando a lógica, pode-se concluir também que água é levada a cada unidade. Quem fez as tratativas junto as concessionárias de luz e água? Pois óbvio fica ainda, que os moradores pagavam a energia usada. A não ser que todas sejam ligações clandestinas e assim, furto de energia e água.
Hoje a imprensa noticia que outros prédios serão demolidos. Ou seja: no Brasil o crime não paga taxa e nem impostos para construir mas, o estado para demolir cobra o preço caro da vida de alguns cidadãos, inclusive jovens no inicio do viver e até de famílias inteiras.
Por isso tudo acima é que se pode re afirmar: este País não é sério e podemos ainda aguardar mais desgraças amanhã e quem sabe, em maiores proporções, a não ser que os resultados das urnas de outubro passado, tragam realmente a formação de nova mentalidade e se inicie o fim do jeitinho e do sempre levar vantagem revogando-se, portanto, a Lei de Gerson.
Lúcio Reis
Belém do Pará-Brasil em 13/04/2019


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